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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Casos Sinistros da Música: Robert Johnson

Fala galera!
Depois de um tempo sumido, voltei!
E nesse tempo, pesquisei várias coisas, entre elas essa história muito sombria.

Já não é de hoje que o Rock n' Roll é tido como música do Diabo, certo?
Mas de onde surgiu essa história? Com que fundamento os religiosos e os desentendidos dizem isso?
Pra não falar que todas essas pessoas que citei não manjam porra nenhuma de nada, vamos mergulhar no que seja, talvez, o início de tudo.

O Rock é derivado de um tipo de som bastante antigo, o Blues.
Na verdade, acho que quase todos os estilos modernos são derivados do Blues, mas o Rock é o que mais carrega essa carga, tanto no estilo de som quanto nas lendas.

E nada mais justo que começar com o Robert Johnson. 90% dos guitarristas modernos se inspiraram nesse rapaz aqui.


Robert Leroy Johnson (8 de maio, 1911 – 16 de agosto, 1938) é um dos músicos mais influentes do Mississippi Delta Blues e é uma importante referência para a padronização do consagrado formato de doze compassos para o blues.
Tanto é que influenciou músicos como Muddy Waters, Led Zeppelin, Bob Dylan, Rolling Stones, Johnny Winter, Jeff Beck e Eric Clapton, que considerava Johnson "o mais importante cantor de blues que já viveu".

Trabalhou no campo até os 16 anos, quando resolveu largar sua pacata vida de lavrador para tocar gaita e violão. Desde então não parou de viajar, tocando em todos os lugares em que pudesse, principalmente na rua. Com vinte anos, Johnson descobriu como fazer sua guitarra chorar usando o gargalo de uma garrafa quebrada, deslizando-a pelas cordas.

O violão de Robert era um Kokomo, marca simples e muito barata. De qualidade precária, não se sabe até hoje como ele conseguiu extrair das gravações uma sonoridade robusta e, ao mesmo tempo fina, com a caixa pequena e estreita do instrumento.


Sua carreira profissional durou apenas dois anos (1936 a 1938) apenas tocando em prostíbulos e bares de baixa popularidade. Gravou apenas 29 músicas e não conseguiu nenhum reconhecimento comercial em vida. Porém, ganhou de seus companheiros músicos o título de "The King of the Delta Blues Singers".

Mas além de ser um excelente músico, o que realmente chamou mais a atenção foi o fato de ter surgido uma história que Robert vendeu a alma para o Diabo em troca de revolucionar o Blues.

Dizem que ele ficou à espera na encruzilhada das rodovias 61 e 49 em uma noite de lua nova com seu violão na mão. Exatamente à meia-noite, o Diabo apareceu, em forma de homem, tomou o instrumento das mãos de Robert, afinou em um tom baixo e devolveu.
Ainda mais no sul dos Estados Unidos, cujo povo era (e ainda é) muito supersticioso no início do século, os mitos demoníacos eram comuns e até faziam parte da tradição do blues.
E a lenda se espalhou ainda mais, pois Robert cantava músicas com os títulos de "Me and the Devil Blues" (O Blues meu e do diabo), "Hellhound on my Trail" (cães do inferno no meu rastro) e "Crossroad Blues" (blues da encruzilhada).
Essa história foi difundida ainda mais por Son House, influente cantor e guitarrista de Blues.


Robert tinha o hábito de tocar de costas para o público durante suas apresentações. As pessoas diziam que ele fazia isso para esconder o olhar do Diabo que surgia para auxiliá-lo. Em outra versão dizem que ele tocava de costas para esconder os acordes que ele inventava e não querendo que alguém o copiasse ou até mesmo se ele tocasse virado para o público de frente, o pacto que ele supostamente teria feito seria desfeito e Robert morreria.

Um relato de um velhinho foi muito apavorante. Alguns anos atrás, no Mississipi, perguntaram se esse senhor já havia visto Robert Johnson. O relato do velhinho foi o seguinte:

"Naquela época, duas coisas eram sagradas por aqui: assistir os músicos de Blues no sábado à noite e ir para a igreja no domingo pela manhã.
Uma dessas noites de sábado se apresentou um desconhecido... era Bob Johnson. Ele se sentou na cadeira, e todos acharam estranho, pois ele se sentou de costas para o público, e começou a tocar. A princípio, não ligaram muito para ele, mas em questão de minutos todos pareciam estar hipnotizados com sua música.
Eu apenas conto isso pois eu estava lá... quando todos perceberam, Bob Johnson já estava indo embora, abrindo a porta... e já era de manhã.
Naquele domingo, ninguém foi à igreja..."

Em 1938 Johnson bebeu whisky envenenado com estricnina, supostamente preparado pelo marido ciumento de uma de suas amantes. Johnson se recuperou do envenenamento, mas contraiu pneumonia e morreu 3 dias depois, em 16 de Agosto de 1938, em Greenwood, Mississippi. Há várias versões populares para sua morte: que haveria morrido envenenado pelo whisky, que haveria morrido de sífilis e que havia sido assassinado com arma de fogo. Seu certificado de óbito cita apenas "No Doctor" (Sem Médico) como causa da morte. Outra lenda diz que ele morreu de quatro uivando no corredor do hotel que ele estava.

Pois bem! Esse foi Robert Johnson!
Detalhe: antes do tal pacto, ele não sabia tocar violão!
Se chegaram até aqui (tomara que sim e que tenham curtido!), voltem até a primeira foto do post:
é a foto mais famosa de Johnson, e reparem ao lado esquerdo do músico, próximo ao braço do violão...
Coincidência?